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INSTITUCIONAL

Por Antônio Magalhães

CELSO EM LIVRO
O livro editado pela Massangana a partir do encontro na Funda) registrou a trajetória politica e econômica deste importante nordestino, nascido na Paraíba. Alguns dos participantes trabalharam diretamente com Celso Furtado. Abaixo, trechos de depoimentos:

Ex-senador Saturnino Braga. presidente do Centro Celso Furtado (RJ)
"Celso era naturalmente um observador, um pensador, um estudioso. Coma participante das tropas da FEB na Europa viu os restos do Fascismo na Itália, o Nazismo na Alemanha e a eficiência americana no combate. Tudo isso deve ter enchido a cabeça dele de pensamentos a respeito da organização econômica de uma nação, para, enfim, enfrentar os problemas e se afirmar no mundo. Saiu da FEB para fazer o doutorado em Economia na Sorbonne (Paris! e em Cambridge (Inglaterra) escreveu o livro A formação econômica brasileira. Isso quer dizer que ele teve a formação adequada no momento surgiu a ideia de desenvolvimento".


José Maria Aragão, conselheiro do Centro Celso Furtado (RJ)
"No documento básico da Sudene, Celso explicitava que os investimentos federais, cíclicos, na realidade. não faziam mais do que confirmar, ou fortalecer, a estrutura antieconômica ou irracional que existia na aplicação de recursos públicos no Nordeste. A seca no final da década de 50 se caracterizava como uma crise alimentar. (...) E ai vem o acerto do diagnóstico que a crise do Nordeste não se resolveria se não resolvesse o problema na produção de alimentos. A Lei da Irrigação e a reforma agrária não foram para frente". 

Sérgio C. Buarque, economista e professor da FCAP/UPE
"O Grupo de Trabalho de Desenvolvimento do Nordeste (GTDN), coordenado por Celso Furtado, avançou nos fatores da competitividade. Eu cada vez mais tenho insistido que as grandes desvantagens do Nordeste, em relação ao resto do Pais, Sul e Sudeste, são de natureza da competitividade sistêmica, infraestrutura, educação e tecnologia. Isso. no GTDN, parece implícito, já que ele fala em produtividade, e esta tem que ter tecnologia e educação".

 

CELSO FURTADO REENCONTRA O NORDESTE
Na entrevista com Luiz Otávio Cavalcanti uma oportunidade para mais jovens conhecerem um pouco da obra do economista criador da Sudene.


A Fundação Joaquim Nabuco promoveu o reencontro dos nordestinos com o economista Celso Furtado (1920/20041. Exemplo de intelectual e planejador, Furtado sistematizou os planos para o desenvolvimento do Nordeste entre as décadas de 50 e 60, com apoio dos presidentes da República da época, para exatamente diminuir a distância econômica entre nossa região e o Sul/Sudeste do Pais.


Para tanto criou e implantou a Superintendência do Nordeste (Sudene), a partir de discussões com as forças politicas e produtivas regionais, focando a ampliação da fronteira agrícola. a transformação da economia da Zona da Mata. a reorganização da economia do Semiárido e o reforço na nascente industrialização, que resultou anos depois no polo industrial de Camaçari IRA) e no complexo portuário de Suape (PE). A Sudene cumpriu seu papel de incentivadora do desenvolvimento.

Mesmo depois da cassação dos direitos políticos de Celso Furtado pela ditadura militar, a Sudene continuou a interagir com a região sob a comando de militares. E só veio a ser extinta no governo de Fernando Henrique Cardoso. Recriada no governo Lula, voltou sem expressão da liderança que teve um dia. Mas Celso Furtado continuou a ser pranteado corno um homem de visão do desenvolvimento do Nordeste. E suas lições continuam válidas até hoje.


Nesta entrevista, o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Luiz Otávio Cavalcanti, organizador do encontro entre intelectuais e a obra de Furtado, fala da importância do economista e do seu legado para nós. Dessa conversa foi publicado o livro "Celso Furtado, desvelador da realidade nordestina" (Editora Massangana) e produzido um vídeo. 

 

POR QUE TRAZER DE VOLTA CELSO FURTADO PARA O CENTRO DAS DISCUSSÕES?
Quando cheguei na fundação, em 2016, curiosamente observei que outros nordestinos e pernambucanos ilustres eram homenageados pela instituição. Mas não vi nada sobre Celso Furtado. Afinal tudo une Nabuco e Celso pela grandeza do patriotismo de ambos, que sempre assumiram superiormente os interesses do Pais. A oportunidade do encontro entre a Fundaj e Celso Furtado apoia também o entendimento sobre a importância do planejamento no Brasil. Foi o primeiro ministro do Planejamento e, não por acaso, o primeiro ministro da Cultura. Tanto ele, como Gilberto Freyre deram uma contribuição importantíssima para o Nordeste. Freyre inventou a sócio antropologia e Furtado construiu a visão moderna da economia regional. Apesar das diferenças de concepções, foi possível na época um diálogo profundo e respeitoso entre os dois. O cerne do seu projeto era a adição, a complementariedade da força produtiva da região com a do sul/sudeste. Isso tudo justifica a ênfase na sua obra.


NUMA PARTE DO ENCONTRO, REGISTRADO NO LIVRO, O ECONOMISTA SÉRGIO BUARQUE APONTA QUE EM 1959, QUANDO SE FALOU EM SUDENE, O PIB DA REGIÃO CORRESPONDIA A 11% DO PIB NACIONAL, MAS AO LONGO DOS ÚLTIMOS 30 ANOS, ELE FLUTUOU EM TORNO DE 13% E O PIB PER CAPITA QUE, NA ÉPOCA. ERA DE 48% CONTINUA FLUTUANDO EM TORNO DE 50%. 
Mas a economia regional tomou rumos variados no desenvolvimento. Hoje ela é plural e complexa. Tem novidades que não se pensava na época, como o turismo, a tecnologia da informação e a chamada economia criativa. Se vivenciamos números próximos daqueles de décadas passadas não quer dizer que o Nordeste parou. Tem•se que pensar que outras regiões cresceram também expressivamente. Investimentos obedecem as leis do mercado. Eles vão para onde existem melhores condições de retorno, que é o caso do Sul/Sudeste. E Celso viu isso ao criar uma politica de incentivos compensatórios para a economia privada acreditar no Nordeste.

CONTINUAR DISCUTINDO CELSO FURTADO É UM DESAFIO PARA A FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO?
Sim. Nesse encontro na Fundaj anotei dois pontos dentre os muitos que foram mencionados: a questão da proteção social, objeto de preocupação de Celso, e a grande defesa que ele fazia da produtividade e da competitividade. Temas atualíssimos e acho que a melhor forma de homenagear- Celso é dando continuidade a esse debate. 

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